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A volta dos meus melhores filmes II – o retorno da missão


Dando continuidade à lista dos filmes com os quais criei mais identificação....

Os Commitments – loucos pela fama (The Commitments, 1991): se "Sociedade dos Poetas Mortos" me transformou em poeta-wanna-be, "The Commitments" foi o filme que me fez querer, definitivamente, montar uma banda. Tendo nascido em Brasília, esse gene já estava disponível, bastando apenas ser ativado. Passados os anos, várias bandas depois, ainda inevitável morrer de rir com os perrengues de uma banda iniciante (e as autoentrevistas de Jimmy Rabbitte... quem nunca???). Ademais... como não amar a Irlanda?



Rob Roy – a saga de uma paixão (Rob Roy, 1995): subtítulo nacional brega à parte, Rob Roy teve o azar de ser lançado no mesmo ano de Coração Valente, também um filme sobre um personagem histórico escocês. Por conta disso, pouca gente prestou atenção. Mas ao contrário do épico de Mel Gibson (que eu considero, assim como Gladiador, um filme ruim superestimado), Rob Roy me capturou... Não apenas pelas paisagens espetaculares das trossachs escocesas ou pela trilha sonora de Carter Burwell (que eu ouço até hoje, quando quero me sentir em casa)...  O filme é sobre ser simples, honesto, e fazer o certo. Há um monólogo de Liam Neeson sobre honra, ainda no primeiro terço do filme, que deveria ser assistido toda semana, no mínimo (ei, a Jessica Lange está pagando de ruiva aqui também... percebo um padrão...)




Gattaca – experiência genética (Gattacca, 1997): Gattacca foi um filme do qual eu saí sem ter certeza se tinha gostado ou não, talvez pela frieza dos cenários, ou pelo estranhamento com a proposta do roteiro. Com o passar dos dias, e dos anos, a história sobre superação de limites aparentemente instransponíveis, ou naturalmente/geneticamente predestinados, foi se aprofundando até chegar a meu código genético (pun intended). Eu deveria fazer mais isso... "não guardar a energia para a volta...". Uma obra ainda brutalmente atual.

Shakespeare apaixonado (Shakespeare in love, 1998): a primeira coisa que me vem à cabeça é a acirrada torcida na minha sala de estar, assistindo à cerimônia do Oscar:  uma minoria shakespeariana, e boa parte torcendo pelo quase-documentário-de-meia-hora-seguido-de-um-filme-fraco "O resgate do soldado Ryan". Outro tanto criou raiva do filme porque Gwyneth Paltrow roubou – injustamente – a estatueta de Fernanda Montenegro. Mas não bastasse ser um filme bem feito sobre o maior dramaturgo de todos os tempos, "Shakespeare apaixonado" consegue trabalhar a metalinguística de uma forma genial: uma peça sobre uma peça... A genialidade é fazer uma biografia não do biografado, mas dos principais temas por ele tratados em suas peças mais famosas. Para quem conhece minimamente a obra do Bardo e a história do teatro elisabetano, a identificação de referências e citações é um prazer à parte. Para os outros, é só um romance razoável. Talvez prefiram o Tom Hanks. Eu aprendi muito mais sobre a vida e a natureza humana com Shakespeare do que com qualquer texto religioso.

Nunca te vi, sempre te amei (84 Charing Cross Road, 1987): se você se diz bibliófilo e nunca viu esse filme, recomendo curar essa falha de formação. Quisera eu ser um livreiro como Anthony Hopkins. O título em português, para variar, não ajuda... Não é propriamente uma história de amor – ou ao menos, não amor romântico. Os grandes objetos de afeto aqui são os livros e a leitura. O mais espetacular é saber que foi baseado em uma história real. Em tempo: poupe o esforço: não existe uma livraria no número 84 de Charing Cross, em Londres... (mas eu fui lá assim mesmo...)




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