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AI, QUE HORROR ! A MALDIÇÃO DOS MORTOS-VIVOS



Cinco  melhores filmes de zumbi para quem cansou dos clichês de zumbis (parte 2)  

Na nossa busca pelo inevitável dia em que os mortos voltarão a vida, mas tentando evitar os clichês revisitados por centenas de filmes e séries, visitamos o cemitério de Buffalora. Agora vamos ao Haiti, junto com um dos mestres do terror moderno, para relembramos como eram feitos os zumbis de antigamente.

4- A maldição dos mortos-vivos (The serpent and the rainbow)


Gênero: Suspense
Direção: Wes Craven
Elenco: Badja Djola, Bill Pulmann, Brent Jennings, Cathy Tyson, Conrad Roberts, Dey Young, Michael Gough, Paul Guifoyle, Paul Winfield, Theresa Merritt, Zakes Mokae
Duração: 105 min.
Ano: 1988
País: Estados Unidos
Cor: Colorido


Nota do Razão de Aspecto:

Sempre que se fala de zumbis, pensamos em uma epidemia, um vírus, ou um agente químico, ou até mágico, que faz com que os mortos ataquem os vivos para comer sua carne, e ao mesmo tempo transmitir a epidemia, em um efeito cascata.

Pouca gente lembra que o conceito original de zumbi, o zumbi "de verdade”, é bem diferente disto. A figura do zumbi vem do folclore haitiano, e se trata de pessoas que são ressuscitadas por feiticeiros para se tornarem terríveis escravos sem mente.

Das dezenas (talvez centenas, nunca contei) de filmes de zumbi que já assisti, apenas três deles abordam este conceito, e apenas um deles é “moderno” (acabo de entregar minha idade ao chamar um filme de 1988 de moderno).


Felizmente o responsável por retratar o conceito de zumbis haitianos a cores foi Wes Craven, diretor dos filmes “A hora do pesadelo” e “Pânico”, entre outros. Curiosamente, apesar de ter feito sua carreira praticamente só em filmes de terror e suspense, este é o único filme de zumbis do diretor.

O roteiro do filme é baseado no livro homônimo de Wade Davis, um botânico de Harvard que teria estudado casos reais de zumbificação vodu no Haiti pelo uso de tetradoxina. O quanto de realidade existe no livro de Davis confesso que não tenho a menor ideia, e pouco importa para aproveitarmos o filme, mas é o suficiente para se ter o aviso no início do filme de que ele seria “baseado em fatos reais”.


Apesar da história seguir rumos claramente fantasiosos, o fato das filmagens terem sido feitas no Haiti ajudam bastante a dar um caráter exótico e realista ao filme. A fotografia do filme impressiona, bem como as várias cenas com dezenas de figurantes, que dão uma imersão muito convincente na atmosfera de magia e confusão que o filme pretende passar. Junto com a fotografia, a trilha sonora acaba compondo um ambiente rico e completo para a narrativa, sem contudo invadí-la. O realismo do cenário se soma com a introdução de elementos inspirados na história do Haiti, com personagens e eventos inspirados em François Duvalier ou Papa Doc e seus Tonton Macoutes.
  
O elenco não é exatamente dos melhores, sendo a maior estrela Bill Pullman (Spaceballs, Independence Day), que cumpre seu papel de modo convincente a maior parte do tempo. Cathy Tyson (Mona Lisa) e Zakes Mokae (Waterworld) e Paul Winfeld (Terminator) não estão brilhantes em seus papeis, mas nada que gere grande incômodo.



O que talvez gere algum incômodo seja os efeitos especiais antiquados, notáveis em algumas cenas, e o desfecho que tem uma certa cara anos 1980 demais. No mais, um filme que merece mais que sua reputação, uma jóia esquecida de Wes Craven, e uma corajosa tentativa de levantar da tumba os zumbis haitianos, enterrados desde a década de quarenta.

Interessados em conhecer os filmes anteriores com o mesmo tema? Aguarde o número 3 da lista.


por Aniello Greco


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