NETFLIXING: O DESPERTAR
Gênero: Terror/Suspente
Direção: Nick Murphy
Roteiro: Stephen Volk e Nick Murphy
Elenco: Rebecca Hall, Dominic West, Imelda Staunton, Isaac Hempstead-Wright, Shaun Dooley, Joseph Mawle, Diana Kent, Richard Durden
Produção: David M. Thompson
Fotografia: Eduard Grau
Montadora: Victoria Boydell
Trilha Sonora: Daniel Pemberton
Ano: 2011
País: Reino Unido
Cor: Colorido
Distribuidora: StudioCanal/PlayArte Pictures
Estúdios: BBC Films/StudioCanal UK/Creative Scotland
Duração: 107 minutos
Sinopse: Em 1921, na Inglaterra, a jovem Florence Cathcart expõe fraudes de cartomantes e videntes. Quando ela é procurada por um internato assombrado pelo fantasma de uma criança, seu ceticismo será colocado à prova...
Nota do Razão de Aspecto:
Espera.
BBC. Studio Canal. Inglaterra. Countryside. 1920.
Eu nem precisava escrever crítica depois disso, para vocês terem certeza de que o filme é bom...
A história segue Florence Cathcart (interpretada pela sempre competente Rebecca Hall), uma especialista em desvendar farsas elaboradas por supostos videntes e cartomantes. Em um país em que, somadas as vítimas da I Guerra Mundial e da gripe espanhola, milhares de pessoas haviam morrido, era comum a busca por uma forma de se comunicar com entes queridos falecidos, o que gerava um campo enorme de atuação para os trambiqueiros.
Cansada e prestes a desistir desses casos, ela é procurada por Robert Mallory (Dominique West), professor de um internato, que conta que os alunos estão apavorados por causa do fantasma de uma criança – que, acredita-se, tenha morrido no local anos antes. Lá, é apresentada à governanta do local (Imelda Staunton, ótima como sempre) e a algumas crianças, com destaque para Tom (Isaac Hempstead Wright, o Bran Stark de Game of Thrones, ainda com a carinha da primeira temporada).
A partir dessa premissa, os realizadores oferecem um filme visualmente muito bonito (o que não é muito difícil, pela matéria-prima ofertada pelas mansões interioranas inglesas) e muito bem construído. A trama se desenvolve lentamente, criando tensão, e mesclando suspense, alguns clichês (bem usados!) de terror sobrenatural e, além disso, terror psicológico. Todos os personagens parecem ter segredos, ou ao menos questões psicológicas mal resolvidas, o que aumenta a tensão e as camadas de simbologia da obra.
Cathcart investiga o internato munida de uma parafernalha de armadilhas, termômetros e máquinas fotográficas, todos disponíveis nos anos 1920 (e é curioso comparar esse equipamento aos usados em histórias passadas na atualidade, como Invocação do Mal). Aos poucos, a solidão de um internato vazio, já que os alunos estão de férias, o terror que assola o lugar e os próprios horrores internos da protagonista começam a se misturar.
O despertar é um filme que, embora não seja tão competente nos momentos de sustos – um pouco telegrafados -, é bem conduzido, e com direito a virada surpreendente perto do final. Peca por esticar um pouquinho a história, poderia ser uns 10 minutos mais curto. Mas ganha pontos pela metáfora estabelecida entre um país de jovens mortos e um internato de jovens vivos assombrados por um fantasma do passado, como a própria Inglaterra do período. Para quem gosta de filmes de terror sem festival de mortes em sequência, é uma boa opção.
por D.G.Ducci
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