49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO - DIA 1
Quem esteve presente à noite de abertura do 49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO, ocorrida ontem, terça-feira, 20 de setembro, assistiu a diálogo fotográfico e de vivência José Medeiros e Thomaz Farkas, cujas trajetórias são apresentadas e, de alguma maneira, unidas em Improvável Encontro, novo curta de Lauro Escorel. O longa da noite foi Cinema Novo, de Eryk Rocha.
Os dois realizadores estiveram presentes e fizeram rápidas falas ao público que lotou o Cine Brasília. Lauro Escorel dedicou seu filme ao crítico José Carlos Avellar, que faleceu recentemente, em março último. “Tivemos juntos a ideia desse filme”, revelou.
Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha, ressaltou que fazer a estreia brasileira do filme em Brasília é um fato especial: “O filme chega ao Brasil neste momento tão especial pelo qual o país está passando e justamente na cidade onde eu nasci”, disse.
Cinema Novo chega trazendo o prêmio Olho de Ouro, concedido pelo Festival de Cannes. Em 90 minutos de imagens e trilha sonora fortes, o filme conta a história do movimento que renovou o cinema brasileiro, revelando nomes como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Cacá Diegues e vários outros. São eles mesmo que conduzem a narrativa, em depoimentos recuperados e montados em formato de ensaio poético.
Comentários do Razão:
Ducci:
Achei o curta metragem interessante, por conseguir mostrar ao mesmo tempo a grande diferença de formação e abordagem dos dois fotógrafos, e ao mesmo tempo sua aproximação e diálogo improváveis. Nota 4/5
Já Cinema Novo tem momentos de genialidade - a montagem do filme é espetacular, há raccords - criados para fazerem cenas de diferentes filmes do movimento dialogarem - que chegam a parecer eram cortes originais. Há muita pesquisa de época e depoimentos interessantes dos próprios realizadores da época. Outra virtude é a de não se focar na figura de Glauber Rocha, uma tentação possível para um diretor-filho. Por outro lado, o documentário exige um certo conhecimento prévio do espectador sobre filmes e personalidades para um melhor entendimento. Falta um lado mais crítico sobre as falhas e incoerências internas, dando um ar meio hagiográfico em alguns momentos. Por fim, o documentário se deixa ser um pouco auto-indulgente, alongando sequências e dando a sensação de ser maior do que sua hora e meia. Nota 4/5
Maurício Costa
O Curta Improvável Encontro não me agradou. Na maior parte do filme, a montagem assemelhava-se à dinâmica de uma apresentação de powerpoint - sofisticada, é claro, mas pouco cinematográfica. A linguagem do filme não funcionou como pretendido. Nota 3/5
Cinema Novo é um filme forte, cuja narrativa foi construída com base em material de arquivo e nos próprios filmes do movimento. O desafio de realizar um filme nesse formato é grande, e a possibilidade de fracassar é imensa. Felizmente, Eryk Rocha tem talento e domínio da linguagem para realizar um filme comovente, inteligente e envolvente, apesar de se tornar lento em alguns trechos. Mereceu o prêmio em Cannes. Nota 4/5
Maurício Costa
O Curta Improvável Encontro não me agradou. Na maior parte do filme, a montagem assemelhava-se à dinâmica de uma apresentação de powerpoint - sofisticada, é claro, mas pouco cinematográfica. A linguagem do filme não funcionou como pretendido. Nota 3/5
Cinema Novo é um filme forte, cuja narrativa foi construída com base em material de arquivo e nos próprios filmes do movimento. O desafio de realizar um filme nesse formato é grande, e a possibilidade de fracassar é imensa. Felizmente, Eryk Rocha tem talento e domínio da linguagem para realizar um filme comovente, inteligente e envolvente, apesar de se tornar lento em alguns trechos. Mereceu o prêmio em Cannes. Nota 4/5
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