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5º Brasília International Film Festival - BIFF - Segundo dia



Neste sábado, 5 de novembro, tivemos o segundo dia do 5º Brasília International Film Festival. Desta vez o Razão de Aspecto não foi ao Cine Brasília, optando por visitar o segundo ambiente do Festival, o Cine Cultura Liberty Mall, e poder assim continuar acompanhando a Mostra Sergio Leone.

Acompanhar o Festival no Cine Brasília ou no Cine Cultura Liberty Mall são duas experiências bem diferentes. O auditório do Cine Brasília comporta 600 espectadores, e devido a estrutura física temos sempre uma apresentação anterior ao filme exibido, com a presença da equipe do filme, depoimentos, e muitas vezes manifestações espontâneas da platéia. E no foyer do cinema temos debates e a presença do público, jornalistas, críticos, artistas, etc. É um ambiente dinâmico, intenso.

Já acompanhar o Festival no Cine Cultura Liberty Mall é quase uma experiência de Cineclube. Salas pequenas e intimistas, e um ambiente calmo e tranquilo entre as sessões. Como a maioria dos filmes serão exibidos em ambos (com horários e dias diversos), sugiro cada um escolher seu ambiente de acordo com sua preferência.

Os filmes que assistimos hoje foram:

Por uns dólares a mais - Mostra Sergio Leone

Ficha técnica completa aqui.
É a continuação do excelente Por um Punhado de dólares, o segundo filme da "trilogia dos dólares". Devido ao sucesso comercial do primeiro filme, Sergio Leone teve um orçamento consideravelmente maior nesta continuação, o que refletiu em uma melhor qualidade de cenários e figurinos, mas ainda dentro do estilo seco e sujo dos faroestes italianos. O pistoleiro sem nome de Clint Eastwood reaparece nesta continuação, adotando a profissão de caçador de recompensas, e agora acompanhado pelo Coronel Douglas Mortiner, interpretado por outra lenda dos filmes de faroeste, Lee Van Cleef. O elenco ainda conta com o excelente Klaus Kinski. O filme tem muitos dos méritos de seu predecessor, incluindo na dubiedade moral dos protagonistas, no arquétipo heróico incomum, e na forma como a trama complexa se resolve por meio de ações, e não diálogos. Nota: 4,5/5. Sergio Leone tem me surpreendido tanto que, ao final do festival, este crítico promete uma crítica detalhada referente a obra de Sergio Leone como um todo.

Pizarro - Mostra Competitiva de Documentário

Ficha técnica completa aqui.
Documentário colombiano sobre a vida do último líder do Movimento 19 de Abril - M19, um movimento guerrilheiro colombiano que esteve em atividade entre 1970 e 1990. Pizarro foi um dos líderes que efetivou o desarmamento do movimento e chegou a concorrer as eleições para Presidente da Colômbia, sendo assassinado em campanha, em circunstâncias ainda não esclarecidas até hoje. O documentário é uma iniciativa de sua filha de tentar resgatar a história de seu pai e retirar o véu de segredo que cobre este importante personagem da história da América Latina. A proposta tem o mérito de tentar levantar alguma luz acerca deste personagem polêmico. As imagens históricas são impressionantes, e didáticas para quem não conhece a história do M-19. Mas os depoimentos e o tom do filme peca por um certo culto a personalidade, e por um exagero no sentimentalismo barato, dando um tom forçado e panfletário ao filme. Contudo o tema supera os defeitos, e fazem do documentário uma peça interessante sobre a história recente da Colômbia. Nota 3/5.

Cartas da Guerra - Mostra Competitiva de Ficção

Ficha técnica completa aqui.
Um jovem médico embarca na Guerra Colonial Portuguesa, e descreve seus horrores e cicatrizes em comoventes cartas a sua esposa. É uma obra esteticamente muito bem trabalhada, com um enorme conjunto de méritos técnicos. A fotografia em preto e branco de Angola consegue ser deslumbrante e depressiva ao mesmo tempo. A reconstituição da década de 70 é impressionante. O texto das cartas, narradas em off, é de grande sensibilidade e lirismo. Infelizmente a parte narrativa não acompanha a parte visual. O fluxo de pensamento do protagonista se arrasta, bem como o filme, sem construir um arco narrativo propriamente dito. Cada cena individualmente agrada, mas não estabelecem em conjunto uma narrativa coesa e capaz de envolver, e chegamos a ter a impressão de que a ordem das cenas poderia ser alterada sem perturbar o pouco sentido narrativo do filme. Boa técnica, bom lirismo, mas com um monte de cenas desnecessárias e sem personagens que importam. Nota 2/5.

Confira como foi a cerimônia de abertura do festival aqui:
CERIMÔNIA DE ABERTURA

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