OS 10 PIORES FILMES DE 2016
2016 não foi um ano fácil pra muita gente. No mundo cinematográfico, várias perdas também entristeceram nossos corações. As mais recentes, das atrizes Carrie Fisher (Star Wars) e Debbie Reynolds (Cantando na Chuva), mãe e filha, ficaram marcadas neste final de ano.
Mesmo com muitos filmes excelentes, como vocês podem ver na nossa lista de 10 melhores filmes de 2016, cinematograficamente, a qualidade de muitas produções deixou a desejar. A presente lista, a dos piores, foi mais complicada de ser feita, dada a grande quantidade de concorrentes. E olha que teve pérolas que nós da equipe do Razão de Aspecto não vimos, como Deus não Está Morto 2 e 50 Tons de Preto - paródia do famigerado 50 Tons de Cinza.
Ainda assim, assistimos cerca de 200 filmes de 2016. E vale relembrar o que falamos na lista dos 10 melhores filmes de 2016: como em qualquer lista, sempre há um grau relevante de subjetividade. Somos influenciados pelas nossas preferências de gênero, estilo e estética, mas, como críticos, tentamos alcançar o maior nível possível de objetividade. Nossa lista final contempla todas as variáveis envolvidas no debate da nossa equipe.
Não podemos deixar de esclarecer os critérios para a elaboração da lista. Achismo? Chute? Memória Curta? Mau gosto? Todos eles somados? Nada disso, nossa lista se fundamentou nos seguintes princípios:
a) consideram-se somente filmes lançados mundialmente em 2016;
b) consideram-se somente filmes lançados comercialmente no Brasil, em 2016;
c) consideraram-se filmes de todas as origens geográficas, línguas, gêneros e temas.
Chegamos a uma lista composta por três países: 5 filmes estadunidenses, 4 filmes brasileiros e 1 mexicano.
Como poderão notar, há vários longas de comédia - inclusive dentre as menções (des)honrosas. A comédia foi, portanto, o gênero que mais nos premiou com fracassos em 2016.
Falando nas menções (des)honrosas, segue a lista daqueles filmes que se esforçaram muito, mas nem o título de piores do ano eles conseguiram garantir: os nacionais Pequeno Segredo, Carrossel 2 e Tamo Junto, os longas de terror, ambos americanos: Satânico e O Quarto dos Esquecidos, a animação descuidada, também americana, Norm e os Invencíveis, o besteirol A Última Ressaca do Ano, a pérola Anjos da Noite - Guerra de Sangue, que rendeu o primeiro #sarcasmo do Blog... A lista dos que quase levaram o nosso framboesa poderia se estender ainda mais... no entanto citaremos apenas mais um, o sucesso de bilheteria no Brasil: Os Dez Mandamentos, que, por motivos colocados na crítica, não competirá com outros filmes.
Antes dos piores, vejam as nossas listas dos melhores de 2016, 2015 e 2014
Antes dos piores, vejam as nossas listas dos melhores de 2016, 2015 e 2014
Opinem, comentem, discordem, indiquem a sua lista das bombas de 2016. Depois de publicada, a lista é de vocês, leitores, e esperamos que ano que vem seja mais próspero!
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Um trupe tão querida não merecia um filme desse. Em As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras, tudo o que é sólido se desmancha no ar. O que não explode, ou desliza ou salta. E em cada destroço você verá uma tartaruga surfando em cima, dando gritos radicais. E algum diálogo engraçadinho ou gag acontecerá. Isto durante 112 minutos, o tempo todo, sem descanso. Os personagens principais, as tartarugas, conseguem ser menos expressivos que o BB8 de Star Wars, mesmo tendo olhos e bocas para ajudar. Talvez por estarem 80% do tempo saltando e interagindo com um cenário confuso de centenas de objetos voando em todas as direções. O resultado: deu tédio.
Em tese, apesar dos inevitáveis ufanismos, temos a fórmula de um bom filme de ação, caso o filme fosse dirigido por alguém talentoso como Clint Eastwood. Infelizmente, o longa é dirigido por Michael Bay, que não fez nada mais que confirmar sua mediocridade como diretor. 13 Horas falha em praticamente todos os quesitos. Como resultado, é tão prazeroso quanto uma cirurgia de extração de um furúnculo inflamado cuja anestesia não fez efeito, e a nossa alegria é resultado do alívio de descobrir que acabou, apesar de ter durado mais do que deveria.
8- Vizinhos 2
Uma tentativa capenga de empoderar as mulheres que resultou em alguns momentos no reforço do machismo. Piadas banais com drogas, vibradores, vômitos durante o sexo, arremessos de absorvente usados e até um pé de um bebê saindo entre as pernas de uma grávida. Adolescentes estereotipados e figuras sem carisma. Vizinhos 2 consegue piorar o que o antecessor já trazia de ruim.
7- Porta dos Fundos: Contrato Vitalício
Além de um longa recheado de problemas, Porta dos Fundos: Contrato Vitalício foi uma das grandes decepções do ano. Quem conhece o trabalho deles no Youtube sabe que são capazes de entregar algo muito além do que vimos em tela. Um roteiro quase nulo, piadas que sequer arranham com o humor sarcástico, inteligente e sacadas que caracterizaram o grupo. O estilo que predomina aqui é o de um personagem jogando uma mangueira com lama e fezes no outro...
6 - Zerando a Vida
A Netflix tem produções realmente impressionantes. Outras vezes não acertam tanto. Acontece. Mas alguém explica o contrato com Adam Sandler? Este longa traz o pior do Adam Sandler: humor, com o perdão da palavra, idiota - e aqui isso é quase um elogio. Viradas no roteiro só para "causar", aliás viradas naquela bagunça que alguém ousou chamar de roteiro. O último arco e toda a premissa principal de Zerando a Vida merecem quase um zero mesmo.
5- Tô Ryca
A pior comédia nacional do ano. Uma história absurda, atuações caricatas e uma nulidade técnica. Grosso modo, temos aqui a premissa de Carrossel 2 e Até Que a Sorte os Separe. O pior, como se não bastasse esse mote terrível, são estabelecidas regras estapafúrdias. Essas regras estão aí com um intuito muito cretino de plantar consequências pessimamente trabalhadas pelo roteiro. O humor de Tô Ryca! tem tanto requinte quanto um urubu evacuando. E isso não é exagero, já que exatamente essa cena é posta em tela em um momento capital.
4- O Vendedor de Sonhos
Augusto Cury se popularizou com livros de auto ajuda. Uma dessas obras foi transportada para as telas, com o intuito de pegar o público consumidor daquela literatura. O que transborda em tela é um conjunto de frases feitas, diálogos encarados com uma auto-importância cretina, um roteiro frágil e uma montagem que deixa tudo pior.
Alguém achou uma boa ideia trazer para o Brasil um filme infantil que exalte rinhas de galo. Talvez no México isso possa fazer algum sentido, mas por que raios essa animação chegou aqui? No ano que Zootopia e Procurando Dory, mostraram como usar os animais para tratar de temas importantes (racismo e deficiência), Cantando de Galo é um desserviço quase criminoso. Além disso, possui um desenho inconstante e consegue estragar praticamente todas as referências a que se presta (Rocky, Poderoso Chefão, Karatê Kid). O título original, "Un gallo con muchos huevos" (Um galo com muitos ovos) traz um duplo sentido desagradável, tal qual uma fala de uma personagem ao dizer: "adoro ovos cabeludos". Uma das piores animações que já vimos.
Este longa é especial. Sabíamos que seria ruim e fomos assistir. No entanto, não esperávamos que ele revolucionasse o cinema - todos os outros longas ganham, automaticamente, meia estrela a mais em comparação a este. Qualquer comentário descascando o roteiro , os (d)efeitos, as atuações, a direção e demais quesitos da obra não seriam suficientes para descrever aquela obra. Então o Aniello Greco teve que produzir um texto na #sarcasmo, para tentar dar conta dessa coisa. Leia e que Hórus o proteja!
1- Deixe-me Viver
1- Deixe-me Viver
Infelizmente, o campeão da lista é um longa nacional. A premissa aqui é tratar do aborto sob a perspectiva da doutrina espírita. O porém é que o longa se presta a um panfleto mal feito. Ele acredita que o público-alvo não tem capacidade de pensar e explica coisas óbvias como na cena que alguém está se contorcendo no chão e um personagem declama: "ela está sofrendo". Os efeitos não estariam em um vídeo game dos anos 90, não acredite em mim, veja o trailer. Os atores, perdidos em meio a tanto CGI, exageram em todos os momentos. O roteiro cai no mais raso maniqueísmo e a trilha no pieguismo absoluto. Difícil lembrar de coisa pior já colocada na tela grande.
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Por: Aniello Greco, Daniel Guilarducci, Lucas Albuquerque e Maurício Costa
Por: Aniello Greco, Daniel Guilarducci, Lucas Albuquerque e Maurício Costa
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